domingo, 23 de novembro de 2014

São apenas batatas?




Um psicólogo andava pelo campo de concentração de uma zona militar a fim de tentar entender o porquê os trabalhadores de determinada área estavam mais contentes com a guerra. 
Fazendo seu trabalho, ele decide conhecer as três cozinhas do quartel, que ficavam distantes umas das outras.  Todos os dias ele passava pelos mesmos lugares conversando com os soldados, mas num certo dia resolveu observar como estavam as coisas nas cozinhas do campo de guerra.
Na primeira cozinha o psicólogo observa o cozinheiro trabalhar com as batatas, o único alimento disponível para todo o quartel disponível daquele lugar.

- O que o senhor está fazendo? – perguntou o psicólogo.

O cozinheiro virou os olhinhos para ele rigidamente sem parar de mexer com as batatas e, disse arrogantemente:
- Não está vendo? estou apenas descascando as batatas!

O psicólogo sorriu e então e saiu pela porta, em direção a outra cozinha distante dali.
Chegando à segunda cozinha o psicólogo enxergou o cozinheiro do local e foi andando até ele. Um enorme saco de batata repousava perto de seus pés.

- O que o senhor está fazendo?

O cozinheiro terminou de olhar a qualidade da batata dourada em suas mãos, satisfeito com o tubérculo repousou-a na pia, se virou para o homem e disse:
- Ora bolas, não parece óbvio? Eu estou cozinhando.

O psicólogo então sorriu e saiu pela porta, em direção a terceira cozinha, cujo zona concentravam a maior parte dos trabalhadores contentes.
A terceira cozinha não era diferente das outras duas. Batatas para todos os lados e uma grande equipe de cozinheiros liderados por um chef. Chegando perto do cozinheiro, que manipulava as batatas como todos os outros, o psicólogo pergunta:

- O que o senhor está fazendo?

O cozinheiro sorriu. Largou a batata da mão, deslizou seus dedos até a faca ao lado e a empunhou para o alto dizendo:
- O que eu estou fazendo? Eu estou contribuindo para a revolução!

O psicólogo volta para casa impressionado de como ambos os cozinheiros fazendo a mesma coisa tem uma visão diferente da realidade. A linguagem é uma poderosa tecnologia. E o que o psicólogo concluiu em seu trabalho é que a maior consequência daquela guerra para a humanidade não será no avanço da tecnologia, mas a crise na existência e dos valores.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário